sexta-feira, 8 de abril de 2011

Um poema de Graça Pires (Portugal)



Contra o silencio lemos a meia voz: ponham laços
de crepe nos pescoços das pombas da cidade.
Que os policias de transito usem luvas pretas
de algodão. Voltamos a ler e as palavras de Auden
ecoam como um réquiem pelos sonhos
profanados em mãos funestas.
Depois não sabemos como evitar o luto,
ou culpa, ou a solidão.


Graça Pires
In: A incidência da luz

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