segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Tanka
Rayon de soleil,
fragile, touche la larme
de l'enfant qui pleure.
Elle tombe discrètement
et forme une jolie perle !
Delores Pires — Le Voyage de mes Rêves
domingo, 29 de agosto de 2010
***
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Autumn Sadness
Air and sky are swathed in gold
Fold on fold,
Light glows through the trees like wine.
Earth, sun-quickened, swoons for bliss
'Neath his kiss,
Breathless in a trance divine.
Nature pauses from her task,
Just to bask
In these lull'd transfigured hours.
The green leaf nor stays nor goes,
But it grows
Royaler than mid-June's flowers.
Such impassioned silence fills
All the hills
Burning with unflickering fire-
Such a blood-red splendor stains
The leaves' veins,
Life seems one fulfilled desire.
While earth, sea, and heavens shine,
Heart of mine,
Say, what art thou waiting for?
Shall the cup ne'er reach the lip,
But still slip
Till the life-long thirst give o'er?
Shall my soul, no frosts may tame,
Catch new flame
From the incandescent air?
In this nuptial joy apart,
Oh my heart,
Whither shall we lonely fare?
Seek some dusky, twilight spot,
Quite forgot
Of the Autumn's Bacchic fire.
Where soft mists and shadows sleep,
There outweep
Barren longing's vain desire.
Emma Lazarus
(1849 - 1887 / New York / United States)
terça-feira, 24 de agosto de 2010
'A alma no Jardim da Paz"
Então a mente, por falta de prazer,
Se rende à sua felicidade;
A mente, esse oceano onde cada um
Descobre a si mesmo;
Mas cria e transcende
Outros mundos e outros mares distantes,
Aniquilando tudo o que foi feito
A um pensamento verde numa sombra verde.
Aqui, nas fontes de pedra escorregadia,
Ou entre as árvores que o musgo acaricia,
Do corpo a veste enfim despindo,
Minha alma para os ramos vai subindo:
Ali, como um pássaro, senta e canta,
E cisca e as asas com o bico vai alisando;
E, até estar preparado para o vôo mais alongado,
Reflete em sua plumas matizes variados.
Andrew Marvell
*Escritor inglês, nascido em 1621 e falecido em 1678, estudou em Cambridge, tendo abandonado os estudos para empreender uma longa viagem pela Europa.
De regresso a Londres, contactou com os diferentes círculos literários da época, e publicou, em 1650, An Horatian Ode upon Cromwell's Return from Ireland, o que é considerado um dos grandes poemas políticos da literatura inglesa. Cromwell voltou a ser tema das composições poéticas de Marvell no poema Upon the Death of His late Highness the Lord Protector. Embora tenha gozado de uma elevada reputação enquanto autor de sátiras, de entre as quais se destaca Last Instructions to a Painter, e pelas suas obras em prosa, nomeadamente: Mr. Smirk, Or the Divine in Mode, A Short Historical Essay Concerning General Councils e An Account of the Growth of Popery and Arbitrary Government in England, nas quais ataca o poder real arbitrário, Marvell era virtualmente desconhecido como poeta lírico.
O reconhecimento deste autor enquanto um dos grandes poetas metafísicos surgiu nos séculos XIX e XX, tendo o volume póstumo, Miscellaneous Poems, sido objecto de múltiplos estudos, motivados pelo tratamento irónico e enigmático de material poético convencional.
Andrew Marvell. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
NIHILISMO
En el fondo de ti vuela la mariposa
personal ¡Salta en el vacío!
Nada suplanta la experiencia diestra
¿Qué haces en la ribera lamentándote?
momento piloto del ser monumento
Estar en el espacio santísimo y divino
las dos pupilas diarias y el órgano pineal
y mirar las estrellas con ojo terco
En la época dorada saber poner las manos
sobre la Nada no coger ya nada
La mixtificación no te rodea
Carlos Edmundo de Ory
(1923, Cádiz España)
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
"TINTED-GLASS WINDOWS"
(Saint Francis stain glass in the little church in Taizé -France)
Why do I write?
Why do I sometimes
into my hands clasp the light
only to spread it,
a thousand gasping wings
probing the sideless skies -
and the universe
suddenly dresses bright
and a tinted glass
in a chapel
then reflects
my heart…
(Fernando Campanella)
Why do I write?
Why do I sometimes
into my hands clasp the light
only to spread it,
a thousand gasping wings
probing the sideless skies -
and the universe
suddenly dresses bright
and a tinted glass
in a chapel
then reflects
my heart…
(Fernando Campanella)
VITRAIS
Por que escrevo?
Por que em minhas mãos
às vezes a luz retenho
apenas para estendê-la -
mil asas ofegantes
sondando os céus
sem beirais –
e de repente o universo
se faz luzente
e uma capela
reflete então
meu coração
em seus vitrais...
Fernando Campanella
'FALLING STAR'
Raise thy longings to me
I sparkle when the day is asleep
And frolicking birds are lain -
Even when the Aldebarans are blinded
And thy solid moons seem to wane,
Rise, never tire, plead on me -
Plead, on the very mercy of a sentry
Who sensing the wants of your heart
Would leave somber cells unattended
And massive night portals ajar.
Fernando Campanella
ESTRELA CADENTE
Ergue teu anelo a mim
Eu lampejo quando o dia adormece
E aves buliçosas já vão repousar -
Mesmo quando as *Aldebarans se cegam
E tuas sólidas luas parecem minguar,
Eleva-te, nunca te canses, pede a mim -
Pede, à clemência mesma de um guardião
Que enternecido de tuas penúrias
Te livrasse da cela escura, do açoite,
Deixando entreabertos
Os maciços portais da noite.
Fernando Campanella
(Alpha Tauri) conhecida como Aldebarã ou Aldebaran é a estrela mais brilhante da constelação Taurus. mm
domingo, 8 de agosto de 2010
'YELLOW MOON'
(Foto by Fernando Campanella)
Don't mourn over past lovers, yellow moon,
for you have preserved your charms
and enticed mortals to your feet
since generations of old.
Don’t cry, though we’re lone wanderers
and you last so much longer than I.
Night is but a wondrous sounding
chance – take my hand, thus,
leave your seat – shall we dance?
Fernando Campanella
'LUA AMARELA'
Não lamentes idos amores, lua amarela,
pois ainda preservas teus encantos
e envolves mortais em tua trança
desde imemoráveis gerações.
Não chores, embora solitários errantes
sejamos, e sobrevivas tão mais a mim.
A noite é apenas uma assombrosa
E sonora chance – dá-me tua mão, assim,
Sai de teu canto – e que comigo dances.
(Fernando Campanella)
Don't mourn over past lovers, yellow moon,
for you have preserved your charms
and enticed mortals to your feet
since generations of old.
Don’t cry, though we’re lone wanderers
and you last so much longer than I.
Night is but a wondrous sounding
chance – take my hand, thus,
leave your seat – shall we dance?
Fernando Campanella
'LUA AMARELA'
Não lamentes idos amores, lua amarela,
pois ainda preservas teus encantos
e envolves mortais em tua trança
desde imemoráveis gerações.
Não chores, embora solitários errantes
sejamos, e sobrevivas tão mais a mim.
A noite é apenas uma assombrosa
E sonora chance – dá-me tua mão, assim,
Sai de teu canto – e que comigo dances.
(Fernando Campanella)
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
'DAYS THAT COME AND GO'
Days that come and go,
It is not worth the while;
Only one dawn I know,
The morning of her smile.
Nights that come and go,
In vain your shadow lies;
Only love's dusk I know,
The evening of her eyes.
John Vance Cheney
(1848-1922)
"Days That Come and Go" is reprinted from The Little Book of American Poets. Ed. Jessie B. Rittenhouse. Cambridge: The Riverside Press, 1915.
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