quinta-feira, 27 de agosto de 2009

VALSA DO ADEUS



Tudo é partida de navio, velas
ao vento, coisas desancoradas
que se desgarram. Este copo, esta pedra
que pronuncio não são palavras, nem
versos de amor, nem o sopro
vivificante do espírito. São barcos
arrastados pelo tempo, cascas
de fruta na enxurrada, lenços
de adeus, enquanto o vapor se afasta,
e de longe ilumina essa ausência que somos.


Hélio Pelllegrino-
in: 'Minérios Domados'

2 comentários:

  1. que linhas poderosas!

    obrigado por ter dado a conhecer esta valsa.

    beijos

    Vicente

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  2. Maravilha este poema, Mada, obrigado. Um grande abraço.

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