terça-feira, 13 de outubro de 2009

Em uma Tarde de Outono



Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...

Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?

A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!

E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...


Olavo Bilac,
in "Poesias"

2 comentários:

  1. Ah, Olavo Bilac!!!!
    Quedo-me aos seus pés e,
    sem palavras,
    envolvo-me na magia do poema,
    na sua fantasia,
    na sua descrição que é pura poesia.
    E há os plantadores,
    viajores do amor,
    que saem soprando
    os poemas ao sabor do vento
    para o deleite do leitor.
    Isso também é amor.
    Beijo grande Madalena,
    amiga tão querida,
    tão admirada por todos e,
    especialmente, por mim.
    Genaura Tormin

    ResponderExcluir
  2. Querida Madalena,

    Passando em visita para te desejar um ótimo final de semana!

    Tudo muito lindo por aqui!!

    Parabéns!

    Beijos,

    Reggina Moon

    ResponderExcluir