terça-feira, 15 de dezembro de 2009

AMARGO



Há um mar, o dos velames,
das praias ardendo em ouro.

Há outro mar, o mar noturno,
o das marés com a lua
a boiar no fundo
o mênstruo da madrugada.

E afinal o outro, o do amor amargo,
meu mar particular, o mais profundo,
com recifes sangrando, um mar sedento
e apunhalado.


Max Martins
De Anti-retrato (1960)
(Pará- 1926-2009)

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