quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
SONETOS DA AUSÊNCIA
XXIV
A mão que disse adeus era um veleiro
no mar da solidão. O amor perdido
era um luar humilde e companheiro
do coração mais que do céu nascido.
Dantes, a paz não fora o meu roteiro.
Sonhava, apenas. Nem jamais, ferido
pelo céu, pelo mar, vivera inteiro
o meu reino de luz, já proibido.
Vi então que a alegria era um soluço
e o coração o mar e o céu cansados,
o coração há tanto adormecido.
E hoje no adeus, lembrando, me debruço,
no adeus que é o grito dos desesperados
e o olhar febril de algum enlouquecido.
Alphonsus de Guimaraens Filho
In: Antologia Poética
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Grande Soneto que fala do degustar dos instantes vividos.
ResponderExcluirSds.