sábado, 12 de setembro de 2009
TARDE
A febre da tarde
Se chama tarde,
Velho sono arrancado,
Cedo demais para ser noite,
Sem outro nome, pois não há nome
De tarde além da tarde.
o amor tenta falar mas soa
Tão perto em seu próprio ouvido.
Os tic-tacs escutam
O que os tic-tacs retrucam.
A febre preenche onde gargantas se mostram,
Mas nesses horrores nada tenta engolir
Enquanto a sede persegue a tarde
Até o rouco pôr-da-sol.
O entardecer surge com bocas
Quando a tarde pode falar.
A ceia e a cama começam e terminam
E o amor obscurece o pensar.
Mais tardes dividem a noite,
Novo sono arrancado,
Suspensão desperta entre sonho e sonho
Nunca soubemos quanto.
O sol se atrasa por horas de logo e logo
Então chega a febre veloz chamada dia.
Mas a febre lenta se chama tarde.
Laura Riding
tradução: Rodrigo Garcia Lopes
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário