segunda-feira, 6 de julho de 2009

'Casa vazia'



Poema nenhum, nunca mais
será um acontecimento:
escrevemos cada vez mais
para um mundo cada vez menos,


para esse público dos ermos,
composto apenas de nós mesmos,


uns joões batistas a pregar
para as dobras de suas túnicas,
seu deserto particular;


ou cães latindo, noite e dia,
dentro de uma casa vazia.


*Alberto da Cunha Melo
in Meditação sob os Lajedos.
*Premio de Poesias da ABL-2.007-

Nenhum comentário:

Postar um comentário