terça-feira, 14 de julho de 2009

Sono



Noite inteira. Bailam estelas na relva.
Retiram-se no bosque e nas grutas as sendas,
o capricórnio se cala.
Mochos pardos se pousam como urnas nos abetos.
Na obscuridade sem testemunhas
tranqüilizam-se as aves, o sangue, o país
e as aventuras nas quais sempre se recai.

Nas brisas permanece uma alma
sem hoje,
sem ontem.
Com surdos rumores entre as árvores
erguem-se séculos ardentes.
Em sono o meu sangue, igual a uma onda,
regressa de mim
para trás, em meus pais.


Lucian Blaga
Romenia- 1896-1961)

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