segunda-feira, 13 de julho de 2009

POR QUÊ?



Esta ponte insegura, sempre frágil,
entre o que foi e o que é, mais que vital,
é, para mim, a fonte do que faço,
o motivo de amar, de ser e de ir,
que me faz seguir sempre mais adiante
do que se não tivera o tempo atrás.
Ah, tempo, que me pregas tantas peças,
tanto me imprensas contra o derradeiro
muro, por trás do qual tudo é obscuro,
dá-me como entender todas as coisas,
antes que vá, sem compreender, ao menos,
por que aqui estou, por que vivi, por que
cheguei sem esperar e, quando for,
irei sem ter pedido ou despejado.


Reynaldo Valinho Alvarez
A Faca Pelo Fio
Poemas Reunidos

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